Braga Netto tenta barrar TV Justiça em interrogatório no STF

General alega preservação de imagem e segurança para solicitar sigilo na oitiva sobre tentativa de golpe.

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  • A defesa do general da reserva Braga Netto pediu ao STF, em 6 de junho, sigilo nos interrogatórios por privacidade.
  • O ministro Alexandre de Moraes manteve a transmissão ao vivo, e os depoimentos começam em 9 de junho no STF.
  • Braga Netto é acusado de integrar trama golpista e tentar acessar delações sigilosas, como a de Mauro Cid.

A defesa do general da reserva Walter Braga Netto solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os interrogatórios dos réus envolvidos na suposta tentativa de golpe de Estado não sejam transmitidos ao vivo pela TV Justiça. O pedido foi protocolado nesta sexta-feira (6), poucos dias antes do início dos depoimentos, marcados para a próxima segunda-feira (9).

Braga Netto é um dos oito réus que serão ouvidos pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da Ação Penal do Núcleo 1 da trama investigada. A defesa argumenta que a transmissão em tempo real viola o direito à privacidade e à ampla defesa.

Transmissão ao vivo preocupa defesa de Braga Netto

Segundo os advogados, a exibição pública dos depoimentos pode gerar superexposição indevida e comprometer a integridade do processo. “Não é razoável que o ato mais importante de autodefesa seja realizado sob a mira de câmeras”, afirmam.

Apesar do pedido, o ministro Alexandre de Moraes autorizou a transmissão pela TV Justiça. Os interrogatórios ocorrerão na sala da Primeira Turma do STF, em Brasília. Braga Netto participará por videoconferência.

Réus são acusados de tentativa de golpe após eleições

O general está preso desde dezembro de 2023. A Procuradoria-Geral da República (PGR) o acusa de tentar obstruir investigações e acessar informações sigilosas sobre delações premiadas, como a do tenente-coronel Mauro Cid.

Entre os dias 9 e 13 de junho, o STF ouvirá Braga Netto, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros seis acusados. Todos são investigados por integrar o núcleo central de articulação de uma tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

Contexto político e impactos no Amazonas

O caso repercute em todo o país, inclusive no Amazonas, onde o cenário político local acompanha de perto os desdobramentos. Segundo o TSE, Bolsonaro teve maioria dos votos no estado em 2022, o que reforça o interesse regional no julgamento.

Especialistas apontam que a decisão do STF sobre a transmissão pode influenciar futuros julgamentos de alta repercussão. A discussão sobre transparência versus direitos individuais está no centro do debate jurídico atual.

Próximos passos do julgamento

Os depoimentos serão fundamentais para o andamento da ação penal. A expectativa é que o STF decida nos próximos meses sobre a culpabilidade dos réus.

O processo integra uma série de investigações conduzidas pelo Supremo Tribunal Federal sobre os atos antidemocráticos que marcaram o período pós-eleitoral de 2022.

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