Marina Silva é alvo de ataques machistas no Senado Federal

Senadora enfrenta comentários desrespeitosos durante sessão, gerando indignação e pedidos de respeito à sua trajetória política.

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O senador Plínio Valério (PSDB-AM) gerou forte reação no Senado após declarações direcionadas à ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, durante audiência pública da Comissão de Serviços de Infraestrutura (CI), realizada na última terça-feira (27). Ao afirmar que respeita “a mulher, mas não respeita a ministra”, o parlamentar amazonense provocou repúdio de colegas e lideranças políticas.

Durante o debate, Marina Silva foi alvo de críticas incisivas. O presidente da comissão, senador Marcos Rogério (PL-RO), também dirigiu-se à ministra de forma controversa, pedindo que ela se “pusesse no seu lugar”. A audiência discutia temas ligados à infraestrutura e à política ambiental do governo federal.

Reação de parlamentares e ministros

As falas geraram reação imediata de membros do Partido dos Trabalhadores (PT) e ministros do governo. Eles classificaram os comentários como machistas e desrespeitosos. A senadora Teresa Leitão (PT-PE) afirmou que Marina foi vítima de um padrão recorrente de desqualificação que mulheres enfrentam em espaços de poder.

Em entrevista à CNN Brasil, Marina declarou: “Me senti agredida, mas não intimidada”. Ela reforçou que não aceitará ser tratada como “uma mulher submissa” e que continuará defendendo a pauta ambiental.

Contexto político no Amazonas

Plínio Valério representa o Amazonas, estado que enfrenta desafios ambientais críticos. A atuação da ministra Marina Silva tem impacto direto na região, especialmente em políticas de combate ao desmatamento e proteção da Amazônia Legal.

Segundo dados do INPE, o desmatamento na Amazônia caiu 22,3% em 2023. O resultado é atribuído a medidas do Ministério do Meio Ambiente, liderado por Marina.

Debate sobre misoginia no Congresso

O episódio reacendeu o debate sobre misoginia na política brasileira. Senadoras de diferentes partidos manifestaram solidariedade à ministra. A senadora Eliziane Gama (PSD-MA) declarou que é preciso “romper com o ciclo de violência simbólica contra mulheres no Parlamento”.

Organizações da sociedade civil também se pronunciaram. A ONU Mulheres Brasil defendeu respeito institucional e igualdade de gênero nos espaços de decisão política.

Repercussão no governo federal

Ministros do governo Lula classificaram os ataques como inaceitáveis. O ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, afirmou que a postura de alguns senadores “não condiz com o respeito que a democracia exige”.

O Palácio do Planalto reforçou apoio à ministra. Marina Silva segue como uma das principais vozes do governo na agenda ambiental, com reconhecimento internacional por sua atuação.

O caso evidencia tensões entre o Congresso e o Executivo, além de destacar a resistência de setores políticos à pauta ambiental e à presença feminina em cargos de liderança.

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