O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decidiu manter a prisão do general da reserva Walter Braga Netto. A decisão foi tomada nesta quinta-feira (22), no âmbito das investigações sobre a tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
Braga Netto foi vice na chapa de Jair Bolsonaro e está preso desde dezembro. Ele é acusado de obstruir as investigações e de integrar o núcleo central do plano golpista que visava impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Decisão do STF e parecer da PGR
A decisão de Moraes seguiu parecer da Procuradoria-Geral da República (PGR), que defendeu a manutenção da prisão. Segundo o ministro, a liberdade do general pode prejudicar o andamento da ação penal.
O ministro citou o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, tenente-brigadeiro Baptista Júnior. A testemunha relatou ameaças contra sua família e afirmou que Braga Netto orientou militares a pressioná-lo por se opor ao plano golpista.
Acusações contra Braga Netto
De acordo com a Polícia Federal, Braga Netto tentou acessar dados sigilosos da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro. Essa tentativa configura possível obstrução de justiça.
Além disso, o general é apontado como um dos principais articuladores do núcleo militar da tentativa de golpe. O grupo inclui também o ex-presidente Jair Bolsonaro e o general Augusto Heleno.
Contexto político no Amazonas e no Brasil
No Amazonas, a repercussão do caso gera atenção entre lideranças políticas e militares. O estado possui forte presença das Forças Armadas, com unidades estratégicas em Manaus e na tríplice fronteira.
A estabilidade institucional é tema sensível na região amazônica, onde a atuação militar é relevante para segurança e soberania. O caso Braga Netto levanta debates sobre o papel das Forças Armadas no processo democrático.
Em nível nacional, o STF segue com investigações sobre a tentativa de golpe. O inquérito apura a atuação de civis e militares na articulação de medidas para reverter o resultado das eleições de 2022.
Próximos passos da investigação
Braga Netto continua preso preventivamente, sem prazo definido para soltura. A defesa nega qualquer tentativa de obstrução e aguarda julgamento do mérito da ação penal.
O STF deve ouvir novas testemunhas nas próximas semanas. O processo segue sob sigilo parcial, mas a expectativa é de que novas provas sejam anexadas nos próximos meses.