Comandante da Marinha pede dispensa em ação do STF

Almirante Marcos Sampaio Olsen solicita afastamento de processo que discute atuação das Forças Armadas.

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O comandante da Marinha, almirante Marcos Sampaio Olsen, solicitou ao Supremo Tribunal Federal (STF) dispensa de depoimento como testemunha na ação penal que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado. O pedido foi encaminhado ao ministro Alexandre de Moraes, relator do caso.

Olsen foi arrolado como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, um dos oito réus acusados de integrar o núcleo central da trama golpista, conforme denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR).

Comandante diz não ter conhecimento dos fatos

Segundo os advogados da União, que representam Olsen, o atual comandante da Marinha não tem conhecimento direto dos fatos investigados. Por isso, pediram o indeferimento da oitiva marcada para as 15h desta sexta-feira (23).

No pedido, os advogados afirmam que “o comandante desconhece os fatos objeto de apreciação na presente ação penal”. A decisão final sobre a dispensa caberá ao ministro Alexandre de Moraes, mesmo que a defesa de Garnier opte por manter o depoimento.

Garnier é acusado de apoiar plano golpista

De acordo com a PGR, Almir Garnier teria colocado a Marinha à disposição do então presidente Jair Bolsonaro para apoiar um plano de ruptura institucional. A acusação tem como base o depoimento do ex-comandante da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior.

Garnier responde por cinco crimes: organização criminosa armada, golpe de Estado, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, dano qualificado ao patrimônio público e deterioração de patrimônio tombado.

Contexto político e militar no Amazonas

O caso repercute também no Amazonas, onde a presença militar é estratégica. A região abriga importantes comandos navais e unidades do Exército, como o Comando Militar da Amazônia (CMA). Qualquer articulação envolvendo Forças Armadas impacta diretamente a segurança e a governança na região.

Segundo dados do Ministério da Defesa, a Amazônia Legal concentra 60% da atuação das tropas brasileiras em território nacional. Isso reforça a relevância do posicionamento de líderes militares como Olsen e Garnier.

Implicações nacionais e institucionais

O caso integra uma série de ações penais movidas pelo STF contra aliados de Bolsonaro. As investigações têm como foco a tentativa de subverter o resultado das eleições de 2022 e impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.

O desenrolar do processo pode impactar a relação entre os poderes e a confiança nas instituições democráticas. O STF tem adotado uma postura firme contra possíveis ameaças à ordem constitucional, como evidenciado em outras decisões recentes.

O julgamento do caso também será acompanhado por observadores internacionais e organizações de direitos civis. A expectativa é que o processo reforce a importância da separação entre poder civil e militar no Brasil.

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