A eleição legislativa antecipada em Portugal, realizada no domingo (18), resultou em uma vitória da direita. A Aliança Democrática (AD), coalizão de centro-direita liderada por Luís Montenegro, conquistou o maior número de cadeiras no Parlamento, mas não obteve maioria absoluta. O partido Chega, de extrema direita, teve desempenho recorde e pode se tornar a principal força de oposição.
Com a apuração ainda em andamento, especialmente dos votos do exterior, o Chega ameaça ultrapassar o Partido Socialista (PS), tradicional força de centro-esquerda. O líder do Chega, André Ventura, declarou o fim do bipartidarismo em Portugal, após conquistar 58 cadeiras e 22,6% dos votos.
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Extrema direita cresce em Portugal
Fundado há apenas seis anos, o Chega se consolidou como terceira força política. O partido propõe medidas como castração química para estupradores reincidentes e o fim da imigração irrestrita. Ventura também acusa os partidos tradicionais de manterem um sistema político corrupto.
O crescimento do Chega reflete uma tendência observada em outros países europeus. A legenda portuguesa mantém relações com o Reunião Nacional, da França, e o AfD, da Alemanha, ambos de extrema direita.
Instabilidade política e impacto econômico
A instabilidade política em Portugal pode afetar projetos estruturais. Estão em risco a mineração de lítio no norte do país, a privatização da TAP e a aplicação de fundos da União Europeia. Esta é a terceira eleição legislativa em três anos.
Montenegro prometeu formar um governo minoritário e descartou alianças com o Chega. Ele afirmou que os portugueses desejam estabilidade e uma legislatura de quatro anos.
Reflexos no Brasil e no Amazonas
No Brasil, o avanço de partidos de direita em países europeus é monitorado por analistas políticos. O crescimento do Chega pode influenciar estratégias eleitorais de legendas conservadoras brasileiras, especialmente no Amazonas, onde a disputa política entre direita e esquerda tem se intensificado.
Segundo o Tribunal Superior Eleitoral, partidos de direita como PL e Republicanos têm ampliado presença no interior do Amazonas. A retórica contra corrupção e imigração descontrolada, semelhante à do Chega, tem ganhado espaço no discurso local.
Reação da população e desafios democráticos
Em Lisboa, parte da população demonstrou preocupação com o avanço da extrema direita. Cidadãos compararam o Chega ao governo do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. A abstenção também foi destaque, refletindo a desilusão de parte do eleitorado.
A consolidação de partidos como o Chega desafia os modelos tradicionais de governabilidade. Em Portugal, o novo Parlamento terá a missão de equilibrar reformas com a crescente polarização política.