A Polícia Federal (PF) deflagrou nesta quarta-feira (14) uma nova fase da Operação Sem Desconto, que apura fraudes em descontos de mensalidades de associações em aposentadorias e pensões do INSS. Foram cumpridos dois mandados de busca e apreensão em Presidente Prudente (SP), com foco em um operador financeiro ligado a entidades investigadas.
Segundo a PF, o alvo desta etapa teria adquirido veículos de alto valor com recursos desviados de benefícios previdenciários. Os mandados foram autorizados pela 10ª Vara Federal da Seção Judiciária do Distrito Federal.
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Fraudes no INSS e prejuízo aos aposentados
A operação, iniciada em abril, é resultado de uma ação conjunta da PF com a Controladoria-Geral da União (CGU). O objetivo é desarticular um esquema nacional que causou prejuízos bilionários aos cofres públicos e aos segurados do INSS.
As investigações apontam que associações civis descontavam valores diretamente dos benefícios, sem autorização dos aposentados e pensionistas. A Auditoria-Geral do INSS já havia identificado irregularidades em acordos com essas entidades, pelo menos oito meses antes da operação.
Impactos no Amazonas e no cenário nacional
O esquema atinge diretamente beneficiários em todo o Brasil, incluindo o Amazonas. Segundo dados do INSS, o estado possui mais de 800 mil beneficiários, muitos deles vulneráveis a práticas abusivas.
Organizações da sociedade civil envolvidas na fraude operavam em diversas regiões, o que amplia o impacto nacional. A atuação do operador financeiro investigado nesta fase reforça a complexidade do esquema.
Fiscalização e medidas de controle
Com o avanço da operação, o governo federal intensifica medidas para proteger os segurados. A CGU e o INSS reforçam a fiscalização sobre convênios e descontos autorizados em folha.
Especialistas alertam para a importância de os beneficiários verificarem extratos e contestarem cobranças indevidas. O INSS disponibiliza canais de atendimento como o Meu INSS para denúncias e esclarecimentos.
O caso reforça a necessidade de maior controle sobre entidades conveniadas e transparência nos processos de autorização de descontos. A PF segue investigando os responsáveis financeiros e jurídicos pelo esquema.