STF julga denúncia da PGR contra núcleo 4 do golpe

Acusados são investigados por envolvimento em atos antidemocráticos e tentativa de abolição do Estado de Direito.

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No Supremo Tribunal Federal (STF), a Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu a abertura de ação penal contra sete acusados do chamado núcleo 4 da tentativa de golpe de Estado. O julgamento começou nesta terça-feira (6), na Primeira Turma do STF, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, Flávio Dino e Luiz Fux.

A subprocuradora-geral da República, Cláudia Sampaio Marques, reforçou o pedido da PGR para tornar réus os denunciados. Segundo a acusação, eles atuaram para manter Jair Bolsonaro no poder após a derrota nas eleições de 2022.

Desinformação e ataques às instituições

De acordo com a denúncia, o núcleo 4 foi responsável por ações de desinformação. O objetivo era desacreditar as urnas eletrônicas e o processo eleitoral. Isso teria gerado instabilidade social favorável ao golpe.

“Todos estavam cientes do plano maior da organização”, afirmou Cláudia Sampaio. A denúncia aponta que os acusados tentaram pressionar o então comandante do Exército, general Freire Gomes, com ataques de milícias digitais.

Uso da Abin e crimes atribuídos

A PGR também denunciou o uso da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitorar opositores. Ferramentas da Abin teriam sido usadas para espalhar notícias falsas e intimidar autoridades contrárias ao plano.

Os sete acusados respondem por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado.

Militares e civis entre os denunciados

Entre os denunciados estão cinco militares da reserva, um policial federal e um engenheiro. São eles:

  • Ailton Gonçalves Moraes Barros
  • Ângelo Martins Denicoli
  • Giancarlo Gomes Rodrigues
  • Guilherme Marques de Almeida
  • Reginaldo Vieira de Abreu
  • Marcelo Araújo Bormevet
  • Carlos Cesar Moretzsohn Rocha

Contexto nacional e impacto regional

O julgamento ocorre em meio a uma série de ações contra envolvidos na tentativa de golpe. Em março, o STF tornou réus oito integrantes do núcleo 1, incluindo generais e ex-assessores de Bolsonaro. Em abril, mais seis do núcleo 2 foram denunciados.

Com a possível aceitação da denúncia contra o núcleo 4, o número de réus pode chegar a 21. O julgamento do núcleo 3 está marcado para 20 de maio. No total, a PGR denunciou 34 pessoas.

No Amazonas, o tema repercute entre lideranças políticas e setores da sociedade civil. O estado registrou manifestações em 2023 que refletiram a polarização nacional. O monitoramento das redes e a atuação de grupos organizados também preocupam autoridades locais.

O processo tramita na Primeira Turma porque o relator, ministro Alexandre de Moraes, integra esse colegiado. Se a denúncia for aceita, os acusados se tornam réus e passam a responder a uma ação penal com direito à ampla defesa.

Próximos passos no STF

O fatiamento da denúncia em seis núcleos foi autorizado pelo STF. Segundo o procurador-geral Paulo Gonet, isso facilita a tramitação do caso. A medida permite que cada grupo de denunciados seja analisado de forma mais eficiente.

O caso segue como um dos principais processos em curso no STF relacionados à tentativa de golpe. Acompanhe atualizações no site oficial do Supremo Tribunal Federal.

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