Mesmo internado em uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) convocou nesta terça-feira (29) uma manifestação em apoio à anistia dos presos e condenados pelos atos de 8 de janeiro de 2023. O evento está agendado para o dia 7 de maio, às 16h, na Torre de Televisão em Brasília, com caminhada até o Congresso Nacional.
Em vídeo divulgado nas redes sociais, Bolsonaro afirmou: “Manifestação pacífica, em Brasília, pró-anistia. Compareçam”. A gravação contou com apoio de lideranças conservadoras, incluindo o pastor Silas Malafaia, que também participa da organização do ato.
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Manifestação pró-anistia e homenagem a ministro do STF
Segundo Malafaia, o evento incluirá uma homenagem ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luiz Fux. O magistrado votou contra a pena de 14 anos aplicada a Débora Rodrigues dos Santos, conhecida como “Débora do batom”. Ela foi condenada por depredar a estátua da Justiça durante os protestos.
O julgamento da militante ocorreu no âmbito das ações penais do STF sobre os ataques às sedes dos Três Poderes. Até o momento, mais de 100 pessoas já foram condenadas por crimes como golpe de Estado, dano qualificado e associação criminosa. As penas variam entre 3 e 17 anos de prisão.
Bolsonaro internado após cirurgia abdominal
O ex-presidente está internado no Hospital DF Star, em Brasília, após passar por uma cirurgia para correção de aderências intestinais. O procedimento está relacionado às complicações do atentado a faca que sofreu durante a campanha de 2018.
Mesmo hospitalizado, Bolsonaro segue ativo politicamente. Ele é réu em ações no STF por suposta incitação aos atos de 8 de janeiro. A defesa nega envolvimento direto nos ataques.
Repercussão no Amazonas e contexto nacional
No Amazonas, parlamentares da base bolsonarista manifestaram apoio à manifestação. O deputado federal Capitão Alberto Neto (PL-AM) compartilhou o vídeo do ex-presidente e defendeu a revisão das penas aplicadas.
Segundo dados do STF, o julgamento dos envolvidos nos atos extremistas deve se estender até o fim de 2024. O governo federal, por sua vez, reforça a necessidade de responsabilização para preservar o Estado Democrático de Direito.
Enquanto isso, grupos conservadores organizam caravanas de diversos estados, incluindo o Amazonas, para participar do ato em Brasília. A expectativa é de grande mobilização nacional, com foco em pressionar o Congresso por uma proposta de anistia.
Pressão política e polarização
O tema da anistia reacende a polarização política no país. De um lado, aliados de Bolsonaro defendem que os manifestantes foram punidos de forma desproporcional. De outro, partidos da base governista alertam para o risco de impunidade e repetição de atos antidemocráticos.
No Congresso, ainda não há consenso sobre uma eventual proposta de anistia. A medida precisaria de maioria qualificada para avançar, o que torna sua aprovação incerta.