Os três senadores do Amazonas — Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB) — já consumiram, juntos, R$ 1.608.072,42 em verbas indenizatórias no ano de 2024, segundo dados do Portal da Transparência do Senado Federal.
As despesas incluem passagens, aluguel de escritórios, divulgação de mandato e contratação de serviços, pagos com recursos públicos.
Leia Mais:
Omar Aziz lidera em gastos parlamentares
Com o maior volume de despesas até o momento, Omar Aziz gastou R$ 643.699,29 no exercício do mandato em 2024.
A maior parte do valor — R$ 390 mil — foi destinada à contratação de serviços de apoio ao parlamentar, categoria que abrange consultorias, assessorias técnicas e serviços auxiliares.
Outros R$ 153.456,52 foram usados em passagens aéreas, aquáticas e terrestres nacionais. Também chama atenção a despesa de R$ 91.242,77 referente à aquisição de passagens aéreas prevista no Ato da Comissão Diretora nº 2/2023 (ATC 2/2023), que regula o uso de serviços de agências de viagem contratadas pelo Senado.
Eduardo Braga aparece em segundo no ranking
Na segunda posição, Eduardo Braga soma R$ 506.656,23 em gastos no mesmo período.
Assim como Aziz, o maior custo de seu mandato também foi a contratação de serviços de apoio, totalizando R$ 353.700,00. Além disso, o senador utilizou R$ 102.500,00 para o aluguel de imóveis destinados ao funcionamento de escritório político, geralmente localizados em seus redutos eleitorais.
Braga ainda aplicou R$ 50.456,23 em passagens para deslocamento nacional.
Plínio Valério prioriza divulgação parlamentar
Na terceira posição do ranking, Plínio Valério declarou R$ 457.716,90 em despesas reembolsadas com verba pública.
A principal destinação foi, igualmente, a contratação de apoio ao mandato: R$ 254.207,51.
Contudo, Plínio foi o único entre os três senadores amazonenses que dedicou volume significativo de recursos à divulgação da atividade parlamentar, totalizando R$ 112.719,99. Isso inclui produção de conteúdo, publicidade institucional e presença nas redes sociais.
Além disso, ele também gastou R$ 90.789,40 em passagens aéreas adquiridas via ATC 2/2023.
📟 Ranking de Gastos dos Senadores do Amazonas em 2024
1️⃣ Omar Aziz
2️⃣ Eduardo Braga
3️⃣ Plínio Valério
Quanto ganham os senadores?
Além dos reembolsos com a Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), os senadores ainda recebem salários e benefícios elevados, pagos com recursos públicos.
- Salário fixo: R$ 41.650,92 por mês (bruto)
- Verba de gabinete: R$ 106 mil/mês para contratar até 55 assessores
- Cota parlamentar (CEAP): até R$ 50 mil/mês para despesas operacionais
- Auxílio-moradia: R$ 5.500/mês (caso não utilize imóvel funcional)
- Diárias e passagens: Pagas integralmente em viagens oficiais
Estimativa de custo mensal por senador:
Descrição | Valor (R$) |
---|---|
Salário | 41.650,92 |
Cota parlamentar | 44.000 a 50.000 |
Auxílio-moradia | 5.500 |
Verba de gabinete | 106.000 |
Total estimado | R$ 197.000 a 203.000/mês |
O que é a cota parlamentar?
A chamada Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP) é um recurso previsto no ATO DO PRIMEIRO-SECRETÁRIO Nº 10/2021, que reembolsa senadores por despesas vinculadas ao mandato, desde que devidamente justificadas e documentadas.
Entre os itens permitidos estão: passagens, aluguel de imóveis, consultorias, serviços gráficos, divulgação parlamentar, alimentação e transporte.
No caso do Amazonas, devido à distância de Brasília e à dimensão territorial do estado, os parlamentares têm um teto mensal superior a colegas de outras unidades da federação.
Comparativo nacional e contexto político
No comparativo com outros estados, os senadores amazonenses figuram entre os que mais utilizam a verba disponível, o que pode gerar questionamentos da sociedade civil sobre a eficiência, transparência e necessidade dos gastos.
A discussão ganha ainda mais relevância em ano eleitoral, especialmente em estados como o Amazonas, onde os serviços públicos enfrentam desafios logísticos e orçamentários.
Pressão por mais transparência
Diversas organizações da sociedade civil, como o Portal da Transparência e o Contas Abertas, vêm pressionando o Legislativo por maior controle e fiscalização do uso da cota parlamentar.
Para especialistas, é essencial que os parlamentares justifiquem cada gasto com clareza e publiquem notas fiscais em tempo real. A digitalização de documentos e auditorias periódicas são medidas que poderiam ampliar a confiança da população.